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6 de outubro de 2011

Projecto Zero – Behind the scenes

Este post é sobre o projecto realizado dia 1 de Outubro de 2011. Sei que demorei para escrever um post sobre ele, mas estava dificil de saber como explicar tudo o que aconteceu naquelas duas horas. Em primeiro lugar peço desculpa pela má qualidade das imagens captadas para Behind the Scenes, a culpa não foi do fotografo que estava a fazer o BS foi também da escuridão dentro da casa.

Para começar, desde que o projecto foi pensado até à sua realização demorou apenas uma semana. Foi talvez dos projectos mais rapidamente realizáveis desde que comecei a tirar fotografias. Foi preciso apenas reunir as pessoas necessáriase para entrarmos na casa abandonada. Vista por fora era uma casa bastante agradável, o que não se podia dizer depois de entrarmos.


Medo. Muitas pessoas adoram lidar com o medo para sentirem a descarga de adrenalina. O medo não passa da nossa resposta aos estimulos físicos e mentais do que se passa ao nosso redor, mas todos temos a tentação de testar os nossos limites. Naquele dia, senti que iriamos testar os nossos ou pelo menos, os meus. Foi como estar num cenário de um filme de terror, naquele onde temos de simplesmente lidar com os nossos medos mais básicos. Em que olhamos para cada objecto e nos lembramos de um qualquer filme que vimos e que cena aconteceria naquele momento. 

A casa era enorme, dois andares, mais um sotão, cave e garagem com o carro lá dentro. Durante toda a manha lidei com os sons de ramos a partir lá fora e do estilhaçar dos vidros no chão enquanto caminhávamos pela casa, assim como o som da madeira velha do chão a ranger ou a escada para o sotao que abanava por todos os lados. Depois a história que me contaram impressionou-me porque primeiro era uma familia que simplesmente tinha abandonado a casa, talvez por causa do 25 de Abril, mas depois havia documentos de 1984 e o estado da casa, deixava-me cada vez mais curiosa. Quais teriam sido as razões? Havia oito quartos, os papeis de parede mostravam que tinham vivido ali crianças. E qual é o melhor personagem para um filme de terror que uma criança?

Tinha havido ali crianças, as bonecas partidas no chão, o berço pequenino, os livros da Anita, os cadernos da segunda classe de um menino, o qual estive a ler e referia-se às flores. Mas que flores? Aquele sitio não tinha flores, além das que se encontravam desenhadas no papel de parede. Sei perfeitamente que deveriamos ter ido ali fazer o nosso trabalho, uma suposta sessão fotográfica, mas não posso esconder que me ficou na mente: porquê? O que tinha acontecido? 


Quando finalmente decidimos sair, passámos pelo jardim e encontrámos um armazem enorme. O que me chamou a atenção foi uma cassete de vídeo em cima de um ármario, completamente isolada, talvez a pedir que alguém a trouxesse e visualizasse, mas sinceramente, agora, acho que prefiro nem saber que aconteceu. Não depois de tudo o que vi lá dentro...

Em breve postarei as fotografias deste projecto.

2 comentários:

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Cláudia Melim.
Fotografa de moda & fantasia em Wicked Wonderland Photography. Residente em Lisboa.

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